Desespero
Peso. Dor. Dói-me a alma, chora-me o peito. Sinto-me num lento arquejar que me lembra os estertores de morte da pequena ave que, caída do ninho, nada pode fazer para evitar o nefasto aperto dos dedos frios da morte. Contudo, não percebo. Nada faz sentido. Porquê? Porquê esta incessante angústia de estar vivo, porquê este moroso arrastar pelo leito viscoso da face oculta da vida? Cada dia que passa é só mais um, igual a tantos outros. Mesmo aqueles que são preenchidos por agra