Searas de Junho
A seara madura pintava a planície de um tom amarelado que de tão claro mais parecia uma fotografia queimada pela sobre-exposição à luz. As frágeis hastes da aveia formavam no solo um padrão que acompanhava nas suas suaves curvas os declives do terreno. O cereal aguardava já a passagem da grande máquina ceifeira que, com minúcia de aspirador, em alguns minutos transformaria toda aquela pintura num conjunto de enormes paralelepípedos de palha. Depois viria o tractor empilhar os